sábado, 17 de janeiro de 2009


Hoje os ventos do destino começaram a soprar.
Nosso tempo de menino foi ficando para trás.
Com a força de um moinho que trabalha devagar, vai buscar o teu caminho; nunca olha para trás.
Hoje o tempo voa nas asas de um avião, sobrevoa os campos da destruição. É um mensageiro das almas dos que virão ao mundo, depois de nós.
Hoje o céu está pesado, vem chegando temporal. Nuvens negras do passado, delirante flor do mal. Cometemos o pecado de não saber perdoar; sempre olhando para o mesmo lado feito estátuas de sal.
Hoje o tempo escorre dos dedos da nossa mão; ele não devolve o tempo perdido em vão. É um mensageiro das almas dos que virão ao mundo, depois de nós.
Meninos na beira da estrada escrevem mensagens com lápis de luz; serão mensageiros divinos, com suas espadas douradas, azuis? Na terra, no alto dos montes, florestas do Norte, cidades do Sul. Meninos avistam ao longe, a estrela do menino Jesus.


E eu aqui, presa nesse quarto, esperando os ventos do meu destino soprarem, de encontro a ti, de encontro à vida, de encontro à mim mesma. Quero acordar, estou dormente. Quero levantar, correr e chegar aí onde tu sabe, o mais rápido possível. Mas ainda não sou livre, não sei voar, e algo me impede. Mas não o amor - ah! não ele! - esse me faz estar aí a hora que eu quiser, me faz nem mesmo voltar com meu corpo.