sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


De repente, ela deu uma risadinha.
- O que foi?
- Gostei de você ter ciúmes.
- Eu não tive - disse ele simplesmente.
- Não, claro que não. - Jenny não conseguiu evitar, e outro ruído escapou de seus lábios.
Seguiu-se um breve silêncio, os barulhos noturnos de Veneza mais uma vez se insinuando, alguma coisa fazendo os dois se sentirem a salvo e protegidos, como se estivessem muito longe do resto do mundo.
- Porque você gostou? - perguntou ele então.
- Adivinhe.
- Eu me sinto como se tivesse 15 anos - disse ele.
Ela moveu a mão, enroscando os dedos em torno do pulso dele.
- Estou com medo - disse ela na escuridão.
- De quê? - quis saber Bravo. As mudanças de humor dela eram velozes.
- Do que sinto quando estou com você - ela mordeu o lábio; era impensável dizer-lhe a origem desse medo.
- Está bem - disse ele. - Eu compreendo.
O problema era que compreendia apenas o que ela dera um jeito para que ele compreendesse.

...

Ele a encarou.
- Você acredita nisso? Mesmo?
- Acredito - Ela pôs a mão no peito dele e logo depois a retirou, de repende sem fôlego com a ferocidade do coração disparado, de ambos. - Mesmo.
Aos poucos, a noite os envolveu e, embora os pontos brilhantes continuassem sua misteriosa viagem pelas paredes e o teto, eles dormiram enlaçados.