segunda-feira, 13 de abril de 2009


E não é o mesmo lugar - essa casa - quando eu volto sem ti. Entrar aqui sem te ter me esperando do outro lado da porta é um martírio, é quase como abrir as portas pro quase-inferno que minha vida se torna, nesses dias incomuns. Faz tempo que não sei o que é não pensar em ninguém, e eu acho que o vazio que eu seria, se não pudesse mais pensar em ti, iria me matar. Iria me esvaziar até a última gota de vida que existe em mim, tirando uma a uma as injeçoes de vida que ganhei de ti.
Entrar por esta porta e não te ver ali atrás, é torturante.
Olhar para o meu quarto vazio, com teu cheiro impregnado nas minhas coisas, com algumas das tuas coisas espalhadas, aumentando a minha ilusão, e não te ver ali, é quase insuportável. Mas provei à mim mesma que posso aguentar, tu me provou que por ti vale a pena sofrer com todos os sentimentos ciumentos e egoístas que eu solto ao nosso redor. Mas não é impossível, pelo contrário - é completamente possível - porque junto com a tortura, com a saudade e o medo, vêem os sentimentos contrários, o prazer, a amizade, a esperança da nossa tão sonhada vida juntos, e a empolgação, pra enfrentar o mundo inteiro se preciso.


O amor não vem junto - ele não precisa vir, ele ja está aqui comigo. O amor que é meu e teu - é nosso e do nosso mundo - ele não me deixa em nenhum momento, nem de raiva nem de saudade, nem mesmo quando eu tenho que forçar todos os meus músculos - errantes - a virar as costas pra ti e esperar pelos próximos dias - nem mesmo ali, esse amor me deixa.
E agora, enquanto espero, meus pensamentos fundem-se nos teus - tenho certeza - espero tranquila, porque eu sei que tu vai voltar. Espero sozinha, em companhia do meu amor por ti.